Aplicação Clínica

Ferramentas para aplicar evidência na prática clínica

FILIPA LOPES

Regulação das Terapias Não Convencionais em Medicina Veterinária – Panorama Europeu

Pergunta de investigação: De que forma estão os organismos reguladores e as organizações científicas na Europa estão a abordar a questão das TNC em medicina veterinária?
Métodos: Questionário aos membros da Federação de Veterinários da Europa (FVE). Recolhidos documentos reguladores - Códigos de Ética, Estatuto e Ato Veterinário - do site oficial de cada membro. Análise de conteúdo dos documentos recorrendo ao software NVIVO.
Amostra: 36 organizações membros da FVE.
Conclusões: Não há uma definição comum de TNC no território europeu, o que resulta na falta de harmonização na regulação destas práticas. O tipo de formação necessária para exercer as TNC varia consoante o país europeu e parece existir um uso indiscriminado dos termos “complementar” e “alternativo”. Foi detetada uma contradição em determinados países cujos documentos reguladores dizem basear-se em medicina baseada na evidência aceitando, ainda assim, a prática de TNC sem validade científica.

NUNO FRANCO, ISILDA RODRIGUES, GEORGE STILWELL, MANUEL MAGALHÃES-SANT’ANA


Ética e os Animais

Partilhamos o planeta com outros animais. Num contexto de recursos finitos e meio ambiente ameaçado, a sua sobrevivência e a da humanidade dependem do compromisso que assumirmos perante eles. No entanto, deparámo-nos com visões díspares sobre o tratamento ético dos animais. O presente capítulo reflete sobre as principais correntes filosóficas da ética animal e discute alguns dos atuais desafios eticamente relevantes. Damos particular destaque à domesticação dos animais e que relevância poderá ter na definição das nossas obrigações morais para com eles. Defendemos que deverão ser considerados e acautelados princípios éticos quando nos relacionamos com os animais não-humanos e, por fim, iremos explorar a eutanásia animal como caso de estudo à luz de diferentes teorias éticas, estabelecendo as diferenças relevantes entre a abordagem para animais de companhia e animais de produção.

BRENNEN MCKENZIE

Gerar Evidências na Prática Clínica

A produção de evidências científicas subjacentes à prática clínica veterinária tem sido tradicionalmente limitada às universidades e à indústria de saúde animal. A capacidade limitada de pesquisa nessas instituições limita a quantidade de evidências disponíveis, além de que os académicos frequentemente escolhem tópicos de investigação nem sempre aplicáveis à população geral de animais de estimação. O envolvimento de médicos veterinários de clínica geral na produção de evidências científicas pode melhorar a quantidade e a relevância das evidências disponíveis. As atividades de pesquisa também beneficiam o próprio clínico, promovendo o desenvolvimento pessoal e profissional, melhorando a relação de confiança com o cliente e potencialmente gerando receitas adicionais. Perceber esses benefícios requer superar as barreiras para a produção de evidências na clínica prática, incluindo tempo, conhecimento e recursos limitados. Esta apresentação discute esses benefícios e barreiras e destaca as formas pelas quais os clínicos privados se podem envolver na geração de evidências (legendas disponíveis em Português).

GEORGE STILWELL

E quando a evidência científica não existe? Conhecimento empírico, extrapolação e
Expert Knowledge Elicitation (EKE)

Nem sempre o raciocínio e as decisões médicas podem ser suportadas por evidência científica objectiva, precisa e comprovada. Em muitos momentos, o médico ou médico-veterinário tem de decidir baseando-se em observações e na sua experiência pessoal.

Este tipo de conhecimento pode surgir sob duas formas: empírico ou anedóctico. Enquanto que o primeiro pode ser considerado como um passo no sentido da obtenção da evidência científica, já que é verificável e tem características científicas e algum peso estatístico, o segundo resulta do relato de observações e práticas pontuais ou de inferências subjectivas. Uma outra forma de contornar a eventual falta de evidência científica, é através da análise da opinião ponderada de especialistas quanto à distribuição de probabilidades para fenómenos incertos. Este exercício é designado por Elicitação do Conhecimento Especializado (Expert Knowledge Elicitation ou EKE). Estas três fontes de informação, mais ou menos fiáveis, procuram sugerir soluções para problemas para os quais a ciência ainda não encontrou respostas irrefutáveis mas também podem ser vistas como rampas de lançamento das questões às quais a ciência se terá de dedicar. No entanto, para que sejam úteis neste duplo propósito têm de obedecer a normas e regras que importam discutir e definir.

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